Opinião sobre tudo: Moto com segurança

Há cerca de dois anos, resolvi voltar a andar de moto. Nestes últimos 20 meses, observei o que os outros pilotos de moto fazem e não fazem e resolvi resumir minhas observações para, talvez, ajudar algum outro futuro piloto a evitar problemas.

Eu já cai de moto duas vezes. Contudo, as duas foram tombos mais do que quedas. Na primeira vez, eu aprendi uma lição valiosa. Sempre olhe para o chão antes de parar a moto e colocar o pé para apoiar. Neste dia, eu parei em um sinal, do lado esquerdo da pista, e não reparei que a boca de lobo estava sem a grade de metal. Resultado, não só fiz uma abertura forçada, mas fiquei com a perna presa dentro do bueiro e tive que pedir ajuda para sair e levantar a moto. Arranhei a lateral da moto e ainda fiquei uns dois dias com dores nas pernas. Sempre olhe antes de por o pé e certifique-se que o chão está lá!

Na segunda vez, eu escorreguei ao descer da moto. O piso da minha garagem era muito liso, eu estava de tênis e não botas e com o solado gasto e o piso estava molhado, resultado de uma chuva no dia anterior. Ao descer da moto, escorreguei e cai, batendo o ômbro no chão. Resultado: clavícula deslocada, muita dor e uma pequena deformação permanente para o resto da vida para me lembrar que moto se anda de bota e toma-se muito cuidado ao descer da moto.

Mas além de situações como estas, que são cotidianas e devem ser mencionadas, eu observei que os pilotos motoqueiros são, por via de regra, irresponsáveis e inconsequêntes. Pense bem, você está 100% exposto em cima de uma moto! Qualquer encostadinha leve pode resultar em sua queda. Qualquer batidinha pode ser um osso seu quebrado e meses de recuperação e dor. Então porque arriscar até mesmo a vida para ganhar alguns poucos minutos? O mais grave dos maus hábitos dos motoqueiros, em minha opinião, é o de transitar entre os carros em movimento. Quando forma-se o “corredor” e os carros estão parados, tudo bem, você arrisca somente alguém resolver embicar o carro para mudar de pista ou um pedestre distraído entrar na frente da moto. Mas em movimento, você arrisca um carro bater em você, nem que seja de leve, e te jogar no chão. Você arrisca levar uma fechada e possivelmente ser esmagado por dois carros. Você arrisca cair e o carro de trás passar por cima. Você arrisca. Ponto. Então porque tentar cortar o trânsito a 60km/h costurando entre os carros? Para chegar 5min mais cedo? Não, a maioria o faz porque acha que pode. Eu sou o velhinho da moto que transita no meio da faixa, como qualquer outro veículo, e só ultrapassa nas mesmas condições que faria se estivesse de carro. Sou o velhinho que usa seta para mudar de pista, para que os outros saibam das minhas intenções. Sou o velhinho que anda a menos de 100km/h numa pista de 60km/h, onde os demais estão correndo como se fugindo da própria vida. Nestas velocidades, qualquer erro pode ser fatal.

Então vamos aos conselhos para uma vida mais longa a bordo de uma moto: primeiro passo, compre um bom capacete. Não economize. Se não pode comprar um muito caro, compre um mediano, mas não comprei os de R$100 que parecem uma casca de ovo com isopor por dentro. Afinal, é sua cabeça. Bateu, estragou, acabou. Compre um bom capacete.

Denko Airbag

Denko Airbag

Use roupas adequadas. Vejo constantemente pessoas pilotando de bermudas e camiseta, totalmente desprotegidos e me olham como se eu fosse o louco, todo vestido mesmo em dias de sol. Ao cair de uma moto, você será jogado sobre o asfalto. Uma boa jaqueta e uma calça grossa poderão salvar sua pele, literalmente. Eu acabei ganhando uma jaqueta Denko Airbag, mas como é um produto caro, nem todos poderão comprar uma. Ela pode salvar sua vida. Vejam os vídeos no site do distribuidor nacional. Ao separar-se da moto, ela infla como um airbag e protege suas costas, pescoço e peito. Mas se não puder comprar uma destas, ao menos use uma boa jaqueta em couro. Couro é resistente e não se desfaz quando submetido ao atrito do asfalto, protegendo sua pele.

Compre uma boa bota. Eu uso um modelo à prova d’água da Texx. Ela é grossa com solado adequado e totalmente impermeável. Uma boa bota pode ajudar a evitar resfriados, mantendo seus pés secos, situações como a que eu falei acima onde eu escorreguei por falta de um bom solado, e ainda impacto de pedras e outros objetos durante a pilotagem.

Use luvas. Vejo muita gente pilotando sem luvas e admito que o frio é a menor das preocupações na moto. Sim, ela protege no inverno rigoroso de Curitiba, mas mais do que isso, se você cair, novamente, protegerá sua pele. Minhas luvas são impermeáveis também da Texx e, portanto, também ajudam a manter o corpo seco isolando as mãos e evitando entrar vento frio ou chuva pelas mangas da jaqueta. No verão, uso luvas finas, mas com protetores nas articulações, palma e costas das mãos.

No trânsito, lembre-se que ninguém está preocupado com você além de você e aqueles que te ama, então aprenda a prever a besteira e imprudência que os outros motoristas irão fazer. Não arrisque. Se tiver dúvidas, não faça. Um erro pode ser o seu último. Obedeça as leis, mesmo que você seja o único a fazê-lo. Não tente brigar, afinal, será uma luta injusta, já que a outra pessoa está armada com um carro e você, sem nada. A prudência é a única arma que você tem para tentar garantir seu bem-estar.

Por fim, besteiras que vejo no trânsito todos os dias:

  • Cortar pelo “corredor” em movimento;
  • Entrar no “corredor” a 60km/h;
  • Tentar fazer tudo isso enquanto em uma moto sem freios a disco, motor adequado, proteções ou sem você ter os reflexos necessários, que você só desenvolve após anos de pilotagem;
  • Achar que moto é invencível e entar “encarar” os carros, picapes e caminhões;
  • Achar que motorista de ônibus se importa se esmagar você contra outros carros;
  • Se enfiar na frente de um carro e achar que ele vai freiar;
  • Furar sinal vermelho;
  • Não respeitar sinalização de trânsito, como a placa de PARE;
  • Transitar pela calçada;
  • Tentar levar mais do que a capacidade da moto;
  • Pilotar de chinelos; e
  • Pilotar se proteção adequada e ainda fazer tudo acima.
Share

Opinião sobre tudo: Denial of a City

O dicionário American Heritage define denial nos termos da psicologia como uma recusa em aceitar ou acreditar em algo tal como uma doutrina ou crença. É um estado inconsciente, um mecanismo de defesa caracterizado pela recusa em se aceitar realidades, pensamentos ou sentimentos dolorosos.

Na minha opinião, a cidade de Curitiba sofre de uma recusa coletiva de que é uma cidade fria! Talvez seja resultado de algum desafio lançado há muito tempo em que alguma pessoa desafiou a outra a nunca dizer que em Curitiba faz frio e isto virou inconsciente coletivo, propagado eternamente. Talvez seja um desejo inconsciente de ser uma cidade quente.

O fato é que a cidade é fria boa parte do ano. Temos alguns meses de calor e alguns outros de tempo agradável, mas em sua maioria, é fria, igual a inúmeras outras pelo Brasil e pelo mundo. Não há como negar este fato. Além do frio, chove. E muito. É uma cidade fria e chuvosa. Longe de ser uma cidade quente e tropical, como acredito que todos gostariam que fosse. No entando, estas pessoas que têm este desejo consciente ou inconsciente de morar em uma cidade quente não se mudam.

O que me leva a esta conclusão é uma análise das contruções modernas da cidade. Vejam as casas construídas nos últimos 30 anos e compare com aquelas construídas pelos colonizadores e gerações passadas. Há 150 anos atrás, energia elétrica não era abundante. Não havia central de gás e muito menos gás encanado. Não se falava em isolamento térmico ou comforto térmico, mas os antigos já sabiam o que fazer para não congelar no inverno. Curitiba era uma cidade muito mais fria e aqueles que habitavam a terrinha há muito tempo desenvolveram tecnologias que tornavam as casas agradáveis e até quentes no inverno. Não havia preocupação com o verão, pois este durava pouco e não era tão quente.

Eu admito que o clima tem mudado, mas não o suficiente para justificar as construções dos últimos 30-50 anos. Antigamente, construiam as casas elevadas para não subir a umidade e frio do solo. Usavam estuque ou outros materiais para criar isolamento térmico nas paredes, que eram de madeira, já mais quente que alvenaria. Todas as casas tinham lareira ou fogão a lenha, para gerar calor e aquecer a casa e ficava aceso até o final do inverno, às vezes por todo o ano. Não se via pessoas em casa com vários casacos, cachecol e sentindo frio dentro da própria casa.

Há algum tempo fui visitar uma amiga e além de todos de casaco dentro de casa, haviam baldes para segurar a água das goteiras. Mas na garagem tinha um carro zero quilômetro, mostrando as prioridades da família. Algum tempo depois ela e mais alguns amigos foram até minha casa para um jantar e se admiraram como era quentinho dentro da minha casa. Passei a contar como tive que usar espuma para isolar as janelas, pois são janelas de cidade quente onde passa vento entre as folhas e há frestas por má instalação. Isolei as portas também com espuma adesiva no portal e um isolador embaixo do lado de fora para reter a água da chuva e com aquela cobrinha de areia pelo lado de dentro. Isolei ainda frestas e buracos nas paredes e forro por onde escapava calor. Com isto e um aquecedor a óleo, consegui aquecer a casa, que era construção antiga, feita com elevação de 30cm do chão e com um grosso carpete em cima das tábuas antigas, que eram isoladas e por onde não subia vento.

Todos ficaram admirados e alguns começaram a pensar em aquecer suas casas.

No prédio onde trabalho, que deve ter seus 20-30 anos também, até há isolamento nas janelas, mas as copas e banheiros têm uma janela fechada com uma persiana de alumínio que não abre nem fecha. Usar o banheiro no inverno implica em vestir todos os casacos e proteções que usou para vir do carro até a empresa e depois tirá-las para voltar ao trabalho. Isto para não mencionar que não há água quente nas torneiras, tornando o ato de lavar as mãos uma tortura nos dias bem frios. Lavar louças então? Nem pensar, lavo em casa, onde tenho água aquecida na torneira.

Alguns anos atrás eu fui ao Canadá. Reparei como as construções são feitas para aguentar o frio e o calor, reparei que ninguém usa casaco dentro de casa ou do trabalho e que todos os carros têm ar condicionado e aquecimento de fábrica. Reparei como as janelas são painel duplo ou triplo de vidro e algumas com um gás este os painéis que impede a passagem do frio. As portas são isoladas, com borrachas e espumas, e sempre abrem para fora para o vento não poder empurrá-las para dentro. Os prédios, lojas e construções em geral têm portas duplas para deixar o frio lá fora. Em todas as torneiras, há água quente – água esta que é até usada para aquecimento do imóvel usando radiadores.

Voltando para o Brasil, comentei com um colega sobre toda esta tecnologia e ele comentou que não precisa ir até o Canadá. No Rio Grande do Sul, de onde ele vem, já usam este tipo de tecnologia há muito tempo. Todas as casas são isoladas e projetadas para o frio. Pretendo viajar para o RS para comprovar isso, mas quem já foi atesta, lá não se passa frio dentro dos imóveis.

Diante de tudo isso, só posso chegar à conclusão de que a cidade inteira sofre de uma recusa coletiva em aceitar que a cidade é fria, de um desejo inconsciente de morar no litoral, no calor, e deixaram-se levar por este desejo, construíndo casas e edifícios como se estivessem em um local quente, sem ventos cortantes e gelados. Os Curitibanos que se manifestem e defendam porque deixaram paulistas e (possivelmente) baianos construírem imóveis aqui como se estivessem em casa!

 

de·ni·al

n.

1. A refusal to comply with or satisfy a request.
2.

a. A refusal to grant the truth of a statement or allegation; a contradiction.
b. Law The opposing by a defendant of an allegation of the plaintiff.
3.

a. A refusal to accept or believe something, such as a doctrine or belief.
b. Psychology An unconscious defense mechanism characterized by refusal to acknowledge painful realities, thoughts, or feelings.
4. The act of disowning or disavowing; repudiation.
5. Abstinence; self-denial.

[From deny.]
The American Heritage® Dictionary of the English Language, Fourth Edition copyright ©2000 by Houghton Mifflin Company. Updated in 2009. Published by Houghton Mifflin Company. All rights reserved.
Share

Opinião sobre tudo: Mostrando serviço

Faz algum tempo que não faço um post no meu blog. Bom, aqui estou novamente e claro que eu teria que voltar falando de um dos meus assuntos favoritos: o trânsito. As vezes é bom ver que respeitar as leis tem suas recompensas. Meu grande problema com o Brasil não é a falta de leis. Pelo contrário, temos leis até demais. Meu problema é o claro desrespeito com orgulho dos cidadãos brasileiros e a falta de autoridades para fazer cumprir as leis. Pior ainda é a falta de punidade quando alguém é pego violando as leis.

Continue reading

Share

Opinião Sobre Tudo: Fraude na Bomba

Até quando nós consumidores vamos aceitar passivamente sermos roubados diante de nossos olhos? Até quando bandidos como este Cleber Salazar vão continuar em liberdade, aproveitando o lucro de suas fraudes e roubos? Quando vamos acabar com a percepção geral de que tudo aqui no Brasil acaba em Pizza? Será que desta vez vamos ter justiça? Ou vai ser mais um escândalo esquecido pelo povo em poucas semanas?

Continue reading

Share

Opinião sobre tudo: Uma imagem vale mil palavras

Eu estava indo visitar uma parente no final de semana e quando chegava perto, um motorista me fechou em uma pista, mudou de pista sem sinalizar, me forçando a freiar novamente e me cortou uma terceira vez, claro que sem dar seta. Quando cheguei perto em um sinal fechado, vi que a placa descrever bem o motorista!

Motorista Egoísta

Motorista Egoísta - veja os detalhes

Motorista Egoísta

Veja no detalhe a placa e o para-choques amassado, resultado da forma que o motorista dirige?

Share

Opinião sobre tudo: Chegou o frio?

Será que posso ter esperança de que chegou o frio? Será que finalmente vou poder usar aquela jaqueta que comprei ano passado, quando o verão chegou mais rápido que o invero? Bom, se depender desta madrugada, sim! Vejam abaixo as fotos tiradas na madrugada de domingo! A neblina me dá esperança e estou agora debaixo das cobertas assistindo TV. Veja abaixo a vista da janela. Aproveito pra demonstrar o CleVR! Conheça o site!

Panorama of Neblina on CleVR.com

Share